segunda-feira, 15 de junho de 2009

Comentário - The Zoo Story



Acabei de assistir a leitura cênica do texto Zoo Story, de Edward Albee, tradução de Luiz Maciel, graças, e de graça mesmo, a Eugênia Thereza de Andrade, que nos explicou toda dificuldade que está havendo para colocar em cena essa peça, que é incrível, mas que, provavelmente, enlouqueceu o autor, que proibiu de ser montada e mudou até o nome da obra.
No meu olhar o texto revela, principalmente, como as pessoas tornam-se indiferentes umas as outras e a todas as relações, aos sentidos aos afetos. É até mesmo cômica a dificuldade que o personagem ‘Peter’ tem para abandonar suas atividades corriqueiras e cotidianas, principalmente, o seu trabalho (o escritório de editoração). Como na história de Jef (o personagem chefe) que, após amar e tentar matar o cachorro de sua pensão – os extremos de uma relação – passa a tratá-lo com indiferença e o cão, idem. A ironia amarga desse personagem – estopim, pedra de gênese – nos faz sentir a necessidade de ação, uma atuação para a vida, digo, a necessidade vital de fazermos algo transformador. Algo que mude realmente o fluxo das coisas como elas, geralmente, são e ficam sendo para sempre, mesmo gerando incômodo. Esse incômodo é tão grande em Jef que ele prefere, ou prova que é preferível, dar a própria vida, transtornar, do que aceitar a conduta formal e a ação correta; transgredir mesmo as regras morais e éticas, mas inaugurar também uma ética, a de que incomodados mudamos o lugar. Ou então, antes de mudarmos de lugar, matamos pela posse definitiva desse lugar e nos tornamos ridículos por defender uma situação tensa e imperfeita, tal qual Peter o faz no final do texto.
Quando retiramos um ser vivo, qualquer um, que está naturalmente, em um lugar qualquer também, e o colocamos em outro lugar sem o seu consentimento, estamos retirando dele o direito a vida, ao mesmo tempo, nos tornamos ridículos, porque estamos colocando atrás das grades e pondo nossos rostos nos jornais. É o autoritarismo vs. a pacividade. O banco de Peter é retirado e assim é colocado em cheque a sua vida, padrão e banal, pois fora dela ele não sabe nem mesmo empunhar uma faca para se defender, matar, nem sequer responder.

Pensei que a peça estava sendo montada sem os direitos legais e até torci por isso - eu levantaria os dois braços e aplaudiria – sem dúvida, sentiríamos mais à vontade, os que ficassem é claro. Quando voltei para casa quase não me reconheci, cumprimentei todas as pessoas que vi até chegar aqui. E como não nos falamos nas ruas, como estamos todos cansados na cidade, porque a cada passo é um ser diferente e é muita gente pra se cumprimentar, então dá preguiça,... bastava cumprimentar com as mãos, com os olhos, com o corpo, só com o pensamento,... E com os que estavam quase indiferentes a tudo, ficava até mais fácil, pois pra esses basta olhar que você já se torna diferente e é notado, com a certeza de quem não anda pensando somente, calculando, planejando a vida,... mas dando de mim o que é presente.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

U.F.A!


E NINGUÉM VAI ACHAR O AVIÃO...?
E JÁ QUE FOI DIA DA IMPRENSA (01/06) E DIA DA AEROMOÇA E DO COMISSÁRIO DE BORDO (30/05), COM LICENÇA PARA UMA CRÍTICA AOS RACIONALISMOS TOTALITARISTAS DA IMPRENSA.
Enquanto não se achou avião nenhum, a imprensa tentou encobrir qualquer possibilidade sobrenatural. Perceberam...? Têm até vergonha de cogitar outra coisa senão uma catástrofe... mas ainda não há uma resposta para o acidente que aconteceu. Só pra mostrar mesmo como fazem drama essas elites. E rezem mesmo, parentes: 'Deus tenha piedade dos duzentos e poucos viajantes'.

Acredito, sem dúvida, na possibilidade de razões extrasensíveis para o acontecido. E mais, sou contra todo esses racionalismos classificatórios, do tipo de que seres humanos são animais racionais e que os outros, animais pelo menos, não têm razão nenhuma de ser. Vai à merda. A razão é muito mais do que uma teoria, um senso lógico, dogmático como o é, até hoje, na Biologia. Nunca vamos dar 'asas' a vida desse jeito!... E não estou brincando. Rezo mesmo que Deus tenha piedade desses passageiros.
Sinto muito, porém! Mas as imprensas encobriram, antes mesmo de saber o que houve com o avião, qualquer possibilidade de vida ou sobrevivência!!! É muito dogmatismo racionalista para mim! E pessimista demais.
Será que é preciso mais injustiça para comprovar que somos capazes de criar até discursos (E REALIDADES) irracionais? Pela revolta!!!?
Se somos até irracionais, por que não crer numa verdade transcedental ou até mesmo sobrenatural, por exemplo? Senti-me excluído.
E digo mais, a imprensa impede de sermos, inclusive, racionais! Ela nega possibilidades, afirmando mortes, catástrofes sem provas!!! (podiam ser no mínimo mais otimistas). Isso é assassinato!
Perder é ruim, compreendo, não vamos querer isso. Sem ter achado corpos, sem ter achado nem provas, nem destroços, tudo mostrava que sim, que era o que queríamos: um acidente, até um desastre (para as famílias principalmente) a ser indenizado devidamente pela empresa aérea Air France. Se dizia 'catástrofe, queda, explosões e raios' pela imprensa sem termos provas lícitas... oras bolas...! qual o verdadeiro papel do jornalista afinal? Ser repórter ou juiz?
Enquanto O AVIÃO EStAVA APENAS DESAPARECIDO, torci pela sobrevivência, isto é, pela vitória, pela vida, disse: "quiça reapareça!". E riam de mim. A realidade foi um pouco mais trágica, mas até que ponto não o somos nós mesmos esses seres tragicamente formados, ou diria, (in)formatados?

E, ainda, quando acharam os detroços começaram a tratar o caso do "avião desaparecido"... ! É incrivel, não?! A imprensa quando COBRE, ENCOBRE!

Você vai me seguir?