domingo, 19 de abril de 2009

Morte e vida, Ameríndia!

Viva embriagado na Alegria
Numa Aldeia rodeado de amigos,
Onde Chefes comandam,
Servindo o Povo
Com sabedoria e respeito
De quem reconhece um igual ao outro.

Eu era um Povo
De milhões de seres viventes
Os pássaros, a natureza, eram meus semelhantes.

Milhões e milhões de Gente,
Milhões de imagens da Gente Viva
Do Deus Vivo.

Eu era toda América.
E ainda sou toda a América,
Porque sou a nova América!


Adaptado. Dom Pedro Casaldáliza e Pedro Tierra
Do livro Ameríndia, morte e vida - VOZES


Leia também:
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terça-feira, 14 de abril de 2009

Afroameríndia - Etnia brasileira

Não venha me falar, na minha língua, que é negro porque os negros foram trazidos como escravos para cá e não tinham o direito a se preservarem. Idem os índios; foram quase todos dizimados como as florestas – pelo consumo e pelo ‘direito’ ao capital. Não me fale, portanto, que é um branco, pois já me dava raiva de você quando a fundação de suas cidades e sua mania de fortaleza individualista. Algumas etnias, sim, é o caso de nisseis, sanseis, alguns europeus e mesmo os vindos de outros continentes, inclusive da África e até da Oceania, que chegaram cá como estrangeiros imigrantes e puderam, oficialmente, preservar, difundir e incorporar suas tradições, cultura e, principalmente – para sermos éticos ao falarmos de etnias - concluir uma descendência com o sangue das nações e incluir uma árvore genealógica (na maioria das vezes com muitos galhos quebrados e partes para sempre perdidas) à formação do povo brasileiro. O conhecimento e saber de seus ascendentes permitem, portanto, que não se denominem brasileiros.Contudo, se você está no Brasil por refúgio ou origem desconhecida, com tantos outros, não concorde em marcar um ‘X’ quando lhe perguntam sua identidade étnica com classificações racistas e preconcebidas do tipo ‘negro’ (e, sim,brasileiro), ‘branco’ (e, sim,brasileiro), ‘pardo’ (e, sim,brasileiro), ‘mestiço’ (e, sim,brasileiro). Somos brasileiros!!!Portanto, negada, branquinhos e (talvez o mais difícil de se denominar, pois o erro, o defeito, está na palavra) ‘indígenas’ chega de nazi-fascismos no Brasil. Chega de buscar a pureza da raça! Somos todos, que nascemos no Brasil, nativos! E, isto é, responsáveis uns pelos outros e também por uma nação. Se há nação, se há nacionalidade! E, naturalmente, estamos comprometidos em preservar, resgatar e assumir a NOSSA CULTURA!!! Consangüínea. A ponto de sermos inocentados se emergirem Estados inocentes novamente.

Dia da América e dia Pan-Americano.

domingo, 12 de abril de 2009

Jesus Cristo Superstar - a Obra de Tim Rice

"Sobre uma cortina estava projetado o logótipo do musical, enquanto esperávamos o início do espetáculo. E depois a sala escureceu, e, acompanhando os acordes da 'ouverture ', surpreendo-me com uma projeção, apontando o dedo ao "mal" no nosso presente, agora, século XXI.

E depois subiu o pano e... ao final senti as mãos quase inchadas de aplaudir, de pé, e a voz já falhava uns quantos "Bravo!" obrigatoriamente incontornáveis numa ovação mais que merecida.

Num país católico e de brandos costumes, a abordagem revela-se um nadinha... soft . Esta obra é "a visão de Cristo nos olhos apaixonados e inteligentes de Judas". E é exatamente essa a primeira "surpresa" do espetáculo: um Judas verossímil, humanamente confuso, cheio de dúvidas e questões nunca, no entanto, pondo em casa o seu amor àquele que irá trair.

Diz, na introdução do libreto, que "tarde demais ele apercebe-se que foi apenas um peão no grande plano de Deus".

E isso, mais uma vez, vem de encontro a um pormenor nada ínfimo, que deixou a minha mãe "possessa" comigo mais de uma vez, e pôs catequistas, padres e pastores de mãos na cabeça: "o que é que a gente Lhe faz?"

A questão é simples: se Jesus nasceu para salvar a humanidade, morrendo na cruz ao completar 33 anos, como estava escrito, sendo para o efeito traído pelo seu discípulo favorito, porque era suposto ter feito e estava escrito que tinha de fazer.

Num registro livre e blasfêmico de: “será este Deus a existir...”, fazendo uso de um homem que acaba angustiado e enlouquece, e que, sucumbindo ao único final possível para lhe ser concedida alguma paz de espírito, põe fim à própria vida, ser o Ser iluminado e bom que as religiões nos servem de bandeja com pano de linho bordado.
(eu só perguntava porque é que eles achavam que ele era mau...)

No entanto, Jesus é tratado com um respeito reverente, insuperável na serenidade, conseguindo transmitir o calor que emana de um ser iluminado por dentro, que tranqüiliza só de olhar e ouvir. Reverência levada até ao último segundo do espetáculo, como todo o resto, memorável.

Aliás, como só podia ser tratado. Jesus é uma “personagem histórica”, que marcou o caminho da Humanidade.

Por isso, com toda a isenção que me assiste, digo que "Jesus Cristo Superstar” é um espetáculo em que só perde quem não o vai ver. Crentes e cristãos são respeitados, e nós, os "desconfiados" ganhamos um pitéu de primeira água, ali espevitadíssimos a apanhar as malhas que vão, discretamente, caindo."
BOA PÁSCOA A TODOS!

Crítica extraída do blog: http://donadecasa.blogs.sapo.pt/, e editada por mim sem autorização e nem conhecimento da autora - parece que portuguesa - não identificada. A montagem, que inclusive eu vi também inúmeras vezes, foi dirigida por LaFeria.

Você vai me seguir?