Levanta-te, toma o menino e segura-o pela
mão, pois farei dele uma grande nação (Gn 21, 18).
Saudações.
Adianto minha proposta de temas a serem debatidos num futuro atendimento para grupo. Coisas que pensei que só poderiam ser abordadas em forma de conversa, para depois serem aplicadas. Essa conversa se inicia entre profissionais educadores, porque realmente são assuntos de profunda relevância, mas que não cabe serem levantados à toa, muito menos serem discutidos sem precisão orientadora. Assim, eu também posso organizar o que quer que tenha ou esteja parado no ar.
Creio, como ser humano, no direito à vida, com toda convicção, mesmo que isso estivesse contra a lei (porque mesmo com uma ação prevista pela lei, a de “aplicar medidas socioeducativas”, nossa função é antes de tudo humana).
Ninguém tem o direito sobre a vida, mas, sim - e somente - à vida. Está, pleonasticamente, na constituição mundial dos direitos humanos. Quando deixamos de lado o ser humano, a vida deixa de ser natural, transparece, assim, a aberração, aquilo que conhecemos como crime ou pecado, verdadeiramente, bizarro e absurdo... - Até mesmo o animal quer viver. O direito à vida é lógico e universal. Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém. Nem o bandido, nem o policial! E por mais que isso aconteça, acontece por reações em cadeias de vinganças e vingadores que pensam: “Se eles matam, eu também posso matar”. Acontece que quem pensa assim, vive o equívoco de existirem mil e um motivos para o assassinato, mas nenhum que justifique o assassino. A imposição de um ponto de vista particular e pessoal, faz dele um ditador, um imperador, autoritário ou até mesmo um louco sem autoridade nenhuma. Eis a cara ideológica da tirana, totalista, nazi-fascista, elitista e burguesa, infiltrada até as camadas mais baixas da sociedade.
Ninguém é dono da vida de ninguém, porque nem mesmo a mãe que gerou o filho pode dizer que o tem - senão em seu coração. Exatamente isso. Ela só pode dizer que o tem enquanto cuida, porque quando zela por ele, ele será seu, isto é, ela o terá bem. ‘Ter bem’ não significa que a mãe é dona do filho - (primeiro porque ela não o faz sozinha mesmo, segundo porque o filho cresce e se desenvolve independente dela querer ou não – é claro que depende, principalmente nos primeiros momentos, de cuidados, mas podem ser os cuidados de outro ou de outra, por que não?) -, mas que tendemos ser responsáveis uns pelos outros, ou, se preferirem, solidários. Ou saímos dando esbarrões no meio da rua, se jogando em cima dos outros?!! Portanto, aquilo que é seu e aquilo que é meu dependem de um sentimento. E não se pode tirar daquilo que não se tem.
Nada justifica tirar a vida. Não pelo motivo legal, porque sabemos que as leis estão vendidas para os fatores do Mercado e mais da metade dos governos - União, Estado e Município – só estão interessados nesse crescimento e apoiam trâmites como o aborto somente para estimular a economia. Um niilismo sem sentido. Enfim, para se ter qualquer coisa é preciso se dedicar muito, zelar e cuidar para que seja seu, dele ou dela. O direito de propriedade é gerado através do cuidado, do zelo e da dedicação e, também pelo bom uso. É preciso ser bom no que se faz. Com muita certeza, será o dono aquele que guarda. Assim está na lei que é movida pelo desejo - de se ter e de querer – “lei da oferta e da procura”. Isto será assim até o triste dia em que deixarmos de desejar.
“Sem a Lei, o pecado está morto”. "Mas eu não teria conhecido o pecado, se não existisse a Lei” (Rm 7 : 7-8).
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