terça-feira, 13 de janeiro de 2009

REFLEXÃO

No fundo
todos nós somos construtores.
Qualquer outro destino hoje é miserável,
inútil
como declaração
em instantes contados para amar.


Tanto faz
se estás em alguma obra
sobre a qual
não se escrevem versos.
Nós enfrentamos porvir anônimos.
Uma niveladora insubornável
nivela a terra
e os nossos direitos.
E troveja o concreto nas formas
apagando lamúrias
e calúnias.

E sob estes andaimes fantásticos
cada um recebe seu nome.
Exato.
Lacônico.
Como o número
com que se mede a execução do plano.
Nós não somos heróis positivos.
Nós não somos heróis negativos.
Nós somos homens.
Fortes.
Ou francos.
Ou valentes.

Ou medrosos.
Ou tristes.
Ou felizes.
Frívolos.
E implacáveis.

Nos fazia falta este juízo final
no próprio limiar do futuro.
Que gire com toda força
o britador do tempo.
Joga nele –
joga todas as pedras
que estiverem em nossas gargantas,
que pesarem em nossos corações:

Sabes que concreto dará!


Liubomir Lebtchev
(poeta búlgaro, 1967)

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