terça-feira, 13 de janeiro de 2009

REFLEXÃO

No fundo
todos nós somos construtores.
Qualquer outro destino hoje é miserável,
inútil
como declaração
em instantes contados para amar.


Tanto faz
se estás em alguma obra
sobre a qual
não se escrevem versos.
Nós enfrentamos porvir anônimos.
Uma niveladora insubornável
nivela a terra
e os nossos direitos.
E troveja o concreto nas formas
apagando lamúrias
e calúnias.

E sob estes andaimes fantásticos
cada um recebe seu nome.
Exato.
Lacônico.
Como o número
com que se mede a execução do plano.
Nós não somos heróis positivos.
Nós não somos heróis negativos.
Nós somos homens.
Fortes.
Ou francos.
Ou valentes.

Ou medrosos.
Ou tristes.
Ou felizes.
Frívolos.
E implacáveis.

Nos fazia falta este juízo final
no próprio limiar do futuro.
Que gire com toda força
o britador do tempo.
Joga nele –
joga todas as pedras
que estiverem em nossas gargantas,
que pesarem em nossos corações:

Sabes que concreto dará!


Liubomir Lebtchev
(poeta búlgaro, 1967)

'GUERRA

O que a vida tem me ensinado
Gostaria de dividir
Com aqueles que querem aprender...
Até que a filosofia que afirmava que uma raça é
Superior e outra inferior
Estiver finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada
Tudo é guerra, sim, é guerra
E até não haver mais a primeira classe
E cidadãos de segunda classe de qualquer nação.
Até que a cor da pele de um homem
Não tenha significado maior do que a cor de seus olhos
Proclamo guerra!
Até que os direitos humanos básicos sejam igualmente
Garantidos para todos, sem distinção de raça
Proclamo guerra!
Isto até o dia
Do sonho da paz eterna, da cidadania mundial.
A regra de uma moral internacional
Permanecerá como uma grande ilusão
Para ser perseguida, mas nunca atingida.
Agora, em todo lugar é guerra, guerra!
E até que os regimes ignóbeis e infelizes
Que prendem nossos irmãos em Angola e Moçambique,
Os cativeiros sub-humanos do sul da África
Sejam condenados e destruídos totalmente
Bem, em todo lugar é guerra, proclamo guerra!
Guerra no leste, guerra no oeste,
Guerra no extremo norte, guerra no sul,
Guerra, guerra, rumores de guerra.
E até o dia que o continente africano
Não conhecer a paz, nós africanos lutaremos.
Achamos necessário e vamos vencer!
Estamos confiantes na vitória
Dos bons sobre a maldade, dos bons sobre a maldade.
Dos bons sobre a maldade, dos bons sobre a maldade.'

Bob Marley

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A FORTALEZA (Chico Buarque de Holanda*)

A minha tristeza
não é feita de angústia
A minha tristeza
não é feita de angústia
A minha surpresa

A minha surpresa
É só feita de fatos
de sangue nas veias
de lama nos sapatos
minha fortaleza

Minha fortaleza
É de um silêncio infâme
Guardando represa
Retendo derrame
A minha riqueza... ?

*adaptada

domingo, 4 de janeiro de 2009

Diário

- Vê Zé Celso, assista o SBT, agora! São 1&h. ‘Cinema em Casa’, Tarzan – e as mil e uma noites? (O caso é o que é a inocência, não é mesmo? Você se lembra de quando você não sabia? Como era? Algo?)

Estou assistindo um pouco solitário e ausente do meio social. E, se considerar que esteja em trabalho, escrevo somente. Sem aulas. Sem lugar. Sem escritor.

Leio o que vejo. Escrevo o que vivo.

Imitação da Angélica. IMBRA. Marca. Momento.

Memória. Nove e meia da noite, no SBT.

Testemunhei a TV dizendo que o Sílvio Santos é o Nosso Senhor do Bonfim.

Noite Escura Ignorância

Mais Nada

(É difícil, mesmo no ócio, a gente estar sem fazer nada. Procuro pensar que, no mínimo, estamos fazendo sujeira).

Sujo para conscientizar-me.

Gosto de trabalhar. Pelo seu tesão. Pelo tesão que me causa. Não sei bem se isso é nosso: Pelo tesão que me causa trabalhar. Sei que não é a guerra nem a destruição que me dão tesão, mas o trabalho que dá a reconstrução e também a reconstituição da paz.

Eu sei que aquilo que chamam de sistema - não autorizadamente, porque não funciona anonimamente e não pode ser de maneira nenhuma autônomo (não alcança nunca uma autonomia, ao menos a de um sujeito) - não é autêntico. O próprio capitalismo não reconhece o crédito, tira muito mais do que reconhece o valor, a imagem, a força. Porém, se dinheiro valesse mais do que trabalho, o trabalho valeria pouco e a força aplicada seria sempre menor do que o ganho por ela; seríamos todos escravos. O pecado Capital no fundo, no fundo, tem sua correção com os vícios! (é coisa de vender e comprar muito mais do que dar e receber).

Ai, estar tão fácil se tornar massa!

A. Cada um é cada um e acabo. Sim, só não empurra. É questão de que estamos sós. E já que nos movimentamos... É melhor cuidar...

Querer não é bom. Ter não é bom.

(Chega... por hoje...)

- Por que escrevo cartas??!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Sturm und Drang - No deje que el amor (CRÍTICA BANDIDA de "OS BANDIDOS")


RAIOU!(oi! E RA I Z para ficar na minha (ÁR): - Bang!Date: Sun, 14 Dec 2008 22:54:41 -

AURY P. (UNTE),

QUANTA MARAVILHA! QUE QUARTA! QUE QUARTo De Dia Jah ESCRITO! BEM...pode me ESCUTAR (ler)?... UM agorinha?(Sabe quem sou? O Idiota?).Hum...No... "Bandidos"... é certo que investigo ainda o que vocês ataram. O que de fato...? A alegria é real. Dá Vontade de fazer em cena, sim! -Não está RINDO?... um mendigo aqui, outro vadio ali... Desculpe-me, porque não? Vadios para defender UMA atitude ética (AP.) do Teatro com amor. QUER SABER: Logo Teriam voluntários! E quem sabe tropessassem no crime perfeito... AHH? P ODE? - LóGICA PODE. OS CRIMES, OS AMORES DÁ ARTE. Defender estar politicamente. Sim, estou sendo sereno. Pareço um maluco imbecil, né, mas já fui mesmo um idiota – e também demente -, mas agora não. Acho que faltou Ânimo. Sucumbir à crise final e fatal da corneta. A anGÚSTIA, a VITóRIA Dos DeSAMORES 'Bês'. Não Matar a Deus?! TuDO Bem, Bom... Mas mau é mal? Só, fim. TuDO Bem?


Salto!, AlTismo I(). Racional.


Saí com um vazio...sem amor! Que contei só com um milagre, a Alegria do mordono, o SilFo, que está muito bem disfarçado! SANTO MARIMBOMDO! ENREDAm o MOSQUITO entre eLFOS! Que sempre, meu amigo...!!! Imperador da PWCSSS U।S।A।, J, C, A, B, Z, Inimigo Antagônico (vejo as idéias do extremo REAL de Slavoj Zizek até que ele mesmo suma).
Na hora que faltou a realidade, vocês soaram em falso também uma falsa TROMBetA. E Os Brilhos e a BeleZa de OXUm? Os LÍRios da Pena do Povo!? UEUAI!!!? MÓLUZ! ("Movimento é luz". Fala isso Pro ZÉ). Ô! O público inteiro... tornando-se povo denovo!!! Dá PRU Zé fazer? QUÊm dá PRO ZÉ fazer? COMO É QUE FaZ Pra Dar Pra ELE fazer? "Por quê?" Não, príncipe, esta carta é para você. Anda! ("Mato eSSa Desnutrição!"). NÃO é FICAR aqui na IGnorÂnsia. É, pois, bem que a MATAnça Acelere a crítica. VocêS PRECISAM FICAR FAMOSOS, BAN!(DI)DOs!
Só Pra Quem É! A alegria pra mim(foi).
EVOÉ B.!
.
Obs.: Não lhe dei um alegre abraço porque saí com uma paixão atrás de paixão, mas Parabéns!!! porque em vossas mãos: PWCSS... Vejo-te segunda... Infocando sobre ‘não-Concordes’ e ‘não contaminações’.
.
(não consigo parar)
MOVIMENTO E LUZ MUDA.
A MODULAÇÃO da LuZ é como uma CRÍTICA EMULATIVA.
MODULAR: MUDA O LUGAR.
Por isso O ATOR deve andar na velocidade da luz. Não concorda?
O ArDOR, sim, me contaminou.
VIVA est´A PESTA do TEATRÃO! EXPLOSÃO De TUDO ERRADO! Você Viu? Não.
(PESTÃO? Ainda NÃO DESTA VEZ!!!)

Agradecido Teatro.
OBRIGADO TEATRO e Teatro Oficina Uzyna Uzona।
OFF>> Shhh.

"...ESTOu VIDENDO U INVERSO Da LinGuagEM! AviSA QUÊ FiCA TRANQÜiLO, Só...
>MENTIRA. CUIDA BEM Dos MANOS, CHAO!
EX–ANSIEDADE.
EX-(T.)FERIDA.
EX ORCISMO EX_TERMINA DOR.
Apocalípse Indolor!! VENS?
Plínios MArcoS venceu. VER A DOR e SE CONSUMIR...
Desfrute.
- Que faz ainda mais AURy?! NADA DE Kosmos Von. Veja o universo da mentira, o $ invisível.
Promete a Memória? Então...
TIRO DE RESVALO D(N)A UNIÃO no governador
EnTORNO disso?
Já Ouço Redeption Song.
IS BOB.
TRABALHO É VIDA.
Ninguém morra na frente de ninguém.
ESTÁS?
COMO ESTOU?
Retroativo.
EnTÃO CUIDADO.
FuMe muita MACONHA!!!
RETORNA_SE as Idéias Ideológicas que precisam do co-governo de uma co-nversa.
O ReTORNO DO QUE NÃO VEIO.

O HOmem não é um Vírus, A Linguagem O é.
Por isso OUVIR o NATURAL.
MATA VERDE!
NaTUREZA Do ExtreMO ao EXTREMO
CASTIGA E
SATISFAZ...
O Rabo do Chicote, é que ELA vem
E a ANGÚSTiA traVa.
CuiDE> !
(?)
Unte é União Teatral!
Mundo Inteiro pensando fogo.
O InferNo no mundo... é Paraíso!... Mundo astro-virtual...
- mas não no meu!... PARAÍSO O SEU?
(PCWSSS. É ISSO QUE eSTÁ BUSCANDO? Se...
O CÉU FICA ENTRE o CÉu E a TERRA.
Que POSSO MAIS DIZER?
Ah, a BUSCA!... sempre.
PARTO NASCIDO NOVO... Um BEIJO. FEliCIDAdes De Dez.
Lembro, nesse mês, Visitas do DEUSAZUL.
IRISTA. (Ilícito?! Idôneo?!).
Paz (rt) Indo em mim.
...
Mais um pouquinho Sem teatro.
...
Dani,
Não chora.
Escuta BOB show Song de todas as CançÕES.
Ando Orlando! FRA.t.e.r.n.a.l. Ando todos os países!
"O Egoísmo e o orgulho tem pátria, a fraternidade não!"
Dou RESPOSTA pra TUDO. É VIRGO...
– A Bola por cima da rede. (!) FOCO neutro depois da pergunta.
ViRgÍNIA. Pela primeira vez.
E Sangue OBAMA África!
O DANI NÃO PODE MAIS também...
O BRáS, Brasilandia, Brasília, também...
Brasil,
VieTinÃ!
Ele nÃO SANgrA mais do que
"O sangue de todas as Cores que somos Nós!"
"De todas as canções!"
A Arte: MATAS Sem LEi
MATAS DÁ AfrX.
- Não se preocupe,
o máximo que vi do mal-fazer foi matar criancinhas...!!!
MIS É ELA
É A IG, Nossa Santa!
Miséria e Ignorância, riqueza do Mundo. Ocupando.
Isto não é HOBBIN HOOD!
X é fogo cruzado!!!

Vendo a BELEZA do LIXO.
A África-Homem, Beleza-Mulher!
Bacante, isso foi BELO.
TUDO NA VIDA TEM CICLOS (ou imita, re-cicla).
BELO TUDO NA VIDA que TEM CICLOS (imita).




Z.
AQUI, ORRA!

BEIJO NO DEFUNTO AURY PORTO,
dessa 're-presunciação' de: MATA É BOM.
DANI.El, Tu e quem você quiser...

O Pai de BUda


"(...)O rei disse ao Senhor Buda:
‘Queria oferecer-te o meu reino; porém farias tanto caso desta oferta como de um punhado de cinzas.’
O Senhor Buda respondeu-lhe:
‘Sei que o coração do rei transborda de amor, e está profundamente triste por causa de seu filho. Porém os amorosos laços que te ligam ao filho que perdeste, hão de ligar-te com igual bondade a todos os seres, ou em lugar deste filho, receberás outro maior do que Siddartha. Receberás o Buda, o mestre da Verdade, o pregador da Justiça; a paz do nirvana inundará teu coração.’
Suddhodana estremeceu de alegria ao ouvir as palavras suaves de seu filho, e de mãos juntas exclamou com os olhos banhados de lágrimas:
‘Maravilhosa transmutação। Desvaneceu-se-me a dolorosa tristeza. Antes, eu estava pesaroso e meu coração aflito; porém agora colho o fruto de tua magna renúncia. Movido de profunda compaixão, bem fizeste em renunciar as mesquinhas manifestações do régio poder, para cumprir teus nobres propósitos de religiosa devoção. Encontraste a senda e já podes pregar a verdade ao mundo amistoso de libertação.’"

"(...)Os astros rodam e não perguntam. Basta que a vida e a morte, a alegria e a dor subsistam, assim como causa e o efeito, o transcurso do tempo e incessante fluxo e refluxo da existência que é sempre mutável e desliza como um rio, cujas ondas lentas ou rápidas se sucedem umas às outras desde sua longínqua fonte até o mar onde deságuam.
O sol evapora o mar e restitui perdidas ondas em formas de aveludadas nuvens, que gotejarão montanhas abaixo, para refluir de novo, sem paz nem trégua.
Isto basta para se saber quão ilusórios são os céus, as terras, os mundos e as mudanças que o alteram em potentes rodas de lutas e violências, cujo turbilhonante giro ninguém pode deter nem inverter। Não supliqueis, porque as trevas não iluminarão. Nada peçais ao silêncio, porque ele está mudo. Nada espereis dos deuses implacáveis, oferecendo-lhes hinos e dádivas. Não pretendais suborná-los com cruentos sacrifícios. Em nós mesmos devemos buscar a libertação. Cada qual cria seu próprio cárcere. Cada qual tem tanto poder quanto os mais potentes. Porque tanto para as Potestades que estão em cima, ao redor, e em baixo de nós, como para toda a carne e toda a vida, a ação engendra o prazer e a dor. Do que foi provém aquilo que é e o que será, melhor ou pior. Podeis elevar vosso destino à maior altura do que o de Indra ou rebaixá-lo mais do que a da larva; o que sobe pode cair; o que cai pode subir. Os raios da roda não param de girar. Ó vós que sofreis! sabeis que sofreis porque quereis. Ninguém vos excita à vida nem nela vos retém condenados à morte, girando sobre a roda e abraçando seus raios de agonia, seu aro de lágrimas, seu cubo de rija madeira."

"(...)Ao seu toque, florescem os rosais e sua mão modela as pétalas de lótus, e no obscuro solo e nas silenciosas sementes, tece o atavio da primavera. Seu pincel colora as luzentes nuvens, e no pescoço do pavão real engasta suas esmeraldas. As estrelas são seu porto, e o relâmpago, o vento e a chuva seus escravos. Constrói nas trevas o coração do homem e na obscuridade do ovo, o faisão de colo multicor, sempre ativo, transmuta a ira e o ódio em amor.
Seus tesouros são os cinzentos ovos no ninho do colibri dourado; as suas hexágonas favas de abelha são suas redomas de mel; a formiga obedece seus mandatos e a branca pomba conhece bem. Solta as azas à águia toda a vez que com pressa volta ao seu ninho; conduz a loba para junto aos seus lobinhos; e encontra sustento e amigos para os seres abandonados.
Nada o repugna, nada o detém. Tudo ama. Enche os seios maternais de doce leite, bem como de mortífero veneno os dentes da serpente.
Concerta no interminável dossel do firmamento a harmoniosa música das móveis esferas; nos abissais seios da terra esconde o ouro, o ônix, a safira e as lazulitas.
Envolto perpetuamente no mistério, oculta-se na espessura dos bosques e alimenta ao pé dos cedros admiráveis rebentos com novas fibras, ervas e flores.
Mata e salva sem outro móbil que o cumprimento do destino। O Amor e a Vida são os fios, e a Morte e a Dor as lançadeiras do seu tear. Faz, desfaz e emenda tudo. Com o que faz, supera o que fez."

"(...)Se aprende a causa da dor e pacientemente a suporta, esforçando-se para pagar as dívidas contraídas por suas culpas passadas, sempre fiel ao Amor e à Verdade; se limpa seu sangue da mentira e concupiscência, e sem prejuízo de outrem sofre tudo mansamente, perdoando as ofensas, pagando o mal com o bem; se dia a dia é compassivo santo, justo, amável e sincero, e extirpa o desejo donde quer que penetre com raízes até extinguir o apego à vida; se agir assim, terminará a conta de tua vida liquidando e saldando seus débitos, e acrescentando e vivificando os créditos recentes ou longínquos, que também produzirão frutífero crédito.
Quem age assim, não precisa do que chamais vida. Realizou seu propósito que o fez ser humano.
Já não o torturará a ansiedade nem o mancharão os pecados, nem os prazeres e dores humanas turvarão sua perpétua paz, nem voltarão a ele mortes e renascimentos। Entra no Nirvana. Uniu-se com a Vida, e no entanto não vive. É feliz porque deixou de existir, porém não deixou de ser."

(KHARISHNANDA, Yogi. O Evangelho de Buda. São Paulo: Pensamento, 1958).

Você vai me seguir?