segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Virgens do século XXI, uni-vos!


Fui pesquisar: A palavra latina provavelmente surgiu por analogia com um naipe de lexema baseado em vireo, significando "ser verde, fresca ou florescente", principalmente com referência botânica - em particular, virga significando "tira de madeira". Historicamente o estatuto de virgindade foi considerado como conferindo capacidades mágicas ou sagradas. Assim, por exemplo, no antigo oráculo de Delfos, o contato com os deuses era estabelecido pela Pítia, uma mulher virgem. Durante a idade média, acreditava-se que o mítico unicórnio só podia ser domado por virgens.
Mítico também o fato de a palavra ter sido associada já nos países tenros, e por muito tempo, só com as mulheres, muito provavelmente pela importância dada ao controle populacional e pela natalidade estar vinculada, na Antiga Grécia, apenas às mulheres. A religião católica chegou ao ponto de significar em tratados "científicos" - e isso acho estranho - virgindade como 'mulher que ainda não perdeu o hímem'. O hímem, lê-se, a tal da 'virga' de madeira. Bem, hoje em dia existe um preconceito parecido: homem que não trepou ainda é 'cabaço', mulher, é 'virgem' ( 'cabaço' lê-se: cabresto, a fimose – e me falaram isso quando eu tinha uns 11 anos de idade – e também falaram, mais tarde, excluído, babaca, idiota. Há uma acepção sagrada ao homem que é casto, que também confere a ele um poder, ou uma capacidade, mágica - se ele não se masturbar, é claro, aliás, existe um tratado das coisas que ofendem a castidade, de fácil acesso na net em 'wikipédia', 'castidade'. E 'virgem' lê-se: donzela, moça, cocota – a tal acepção "sagrada" é... que trepou ela vira puta (desculpe-me, estou descrevendo um preconceito).
Espeto! Eu fico com o primeiro significado e, talvez, o mais primitivo e original, vireo. Que além de me lembrar a palavra 'viril', porque, né, a gente fica em 'ponto de bala', ou de 'chama'... me lembra também uma cantada, a saber: "...se verde já é assim, imagina maduro" (intencionalmente para não rir).
Ah!, há mais duas questões muito importantes que eu gostaria de levantar sobre a virgindade, elas se referem à diversidade sexual e, uma opinião pessoal - que pode ser não estaja de acordo, pois é uma questão ainda pouco antropológica -, se refere a uma certa busca por rejuvenescência , porque vejo até como uma tendência muito forte na sociedade atual. Isto está ligado, de alguma forma, à sensação de virgindade intuída em nosso imaginário contemporâneo e talvez prescrita em nossos sentimentos mais sinceros e menos conceituais. Digo e sinto que hoje em dia somos mais virgens do que nunca, isso porque aparentemente estamos mais próximos de realizar concretamente mais 'cenas' ou 'fantasias' sexuais, além das que já existiram, que antes nunca imaginaríamos com a nossa experiência. A gente é virgem naquilo que a gente faz pela primeira vez... você concorda? Hoje em dia, ouve-se assim: você é virgem de mulher?... e de homem?. Em breve: você é virgem de suruba? E de trepar sem camisinha pulando de bigger-jump? - As fantasias, os fetiches, estão todos aí cada vez mais expostamente fraturados para que possamos realizá-los e nos gabarmos de convicções. Pra sabermos de fato, o que de fato é na realidade (é denovo o 'deserto do real', o Real que nos ataca). Não sou pessimista. Não acho que a virgindade não tenha mais sentido, mas que talvez esse sentido tenha se perdido em todas as coisas. Enfim, se banalizado como todas as coisas parecem que foram com o tempo. Embora, talvez, não saibamos respeitá-la em sua beleza, a virgindade; somos virgens de cada vez mais coisas, a ponto de sermos mais virgens de tudo, ou quase tudo e, por isso, nos tornarmos cada vez mais jovens, ou melhor dizendo, mais virgens. E quanto mais possibilidades descobrirmos, ainda mais infantis seremos. A que ponto??? Você se lembra: "Vinde a mim, criancinhas!".
Desculpe, não quero me estender para não importunar. E também porque não sei o que há de poético nisso tudo... Talvez! Talvez!... A ' primeira vez... ', e isso não aprendi sozinho...
Um belo beijo na alma clara-transparente multicor,
Dani - verde-rosa azul bebê.

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